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Archive for Setembro, 2009

Saudades

Imagem retirada do Goolge.com

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Ah, que saudades das minhas travessuras de criança, das tardes de colo, mamadeira, cafunés e mimos. Saudades das despreocupações, do tempo em que só era preciso chorar para ser escutado, visto e atendido. Eternas saudades das manhas de papas e babadores, das bagunças em que saía ileso e impune… Do vocabulário bobo, mas que todos repetiam. Que falta me faz os banhos de bacias, das caretas que faziam rir e do silencio que me levava aos prantos.

Se eu pudesse, trocaria o colchão pelo berço; o carro pelo velotrol; os medos pela inocência; o conhecimento pelo Bê a Bá; a namorada pelo colo; a cerveja pela mamadeira; o churrasco pela chupeta… Ah, se eu pudesse eu deixaria de lado o dinheiro e voltaria para os meus “tazos”. Brincaria mais com as pessoas ao invés de fazer delas os brinquedos.
Sonhos, esperança, inocência e pureza que foram, com o avançar cruel do tempo, substituídos por planos, crenças, sagacidade e uma falsa idéia de perspicácia. Quanto tempo faz que eu não olho para as estrelas? Um gesto simples que essa minha vida de correria, metas e auto-cobranças não me tem deixado executar.
Como sinto saudades do tempo em que não me importava se hoje sera segunda ou sabádo, se era dia 1º ou dia 20. Do tempo em que eu só precisava viver e nada mais e que, para viver, só era necessário respirar, sorrir, brincar e engatinhar para onde o coração me levasse.
Que bom que tenho as lembranças para suprir as saudades e, assim, viver tranquilamente com as impetuosas mudanças que me cercam e, ainda sim, motivado a continuar sempre mudando, evoluindo e inovando.
Posso não ser mais aquela criança, mas ainda sou o portador do mesmo sorriso que se expressa e do mesmo olhar que se admira. E isso já me é o suficiente para fazer dessas profundas saudades um templo feliz, mas continuar seguindo por essa estrada que, por ser mais agitada e irregular, não é menos feliz!
 
Michel Carvalho.
 

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Tempo

Imagem retirada do google.com

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Eis aqui, nestas palavras, neste momento, o proveito que faço do meu presente tempo. Este que é a minha glória e também a minha sina. Que me permite ser experiente, mas que me nega o retorno pelo mesmo caminho que vim. Tempo, eis nele as minhas esperanças e o meu desespero, meu sonho de liberdade que pode, em questao de tempo se tornar meu particular cárcere… Minha salvação ou, senão, meu desamparo. Tempo que pode ser o meu abrigo ou o motivo maior da minha fuga pelo sentido contrário. Esse tempo que me é exclusivo, porém temporário… Tempo que é meu, mas que pode me ser roubado. Tempo de ser, de deixar, tempo de ir e de voltar… Tempo em que tento entender o que talvez nem o tempo possa me explicar. Tempo em que me calo por medo de ser ouvido, tempo em que grito sabendo que serei silenciado.

E é assim, percorrendo essa via de mão dupla, que as vezes penso em dar um tempo ao tempo, em permanecer paciente e calmo diante ao ataque voraz de um tornado que dança à minha frente a sua melodia cigana. É então que percebo que tal peripécia se trataria de uma tentativa frustrada de manter-me inerte e conter o ímpeto da ansiedade perante um desejo incontrolável de agir, correr, se antecipar ao desconhecido e chegar na frente de qualquer coisa e de, se possível, chegar a tempo. Chegar a tempo de evitar o final ou vislumbrá-lo… Chegar a tempo de viver ou, ao menos, chegar vivo.
Assim, buscando chegar vivo e vivendo a busca por um tempo que não sei se existirá, vou dando passo por passo ainda que caminhe “desmantelado”  e cambaleando rente ao chão. Pois, da mesma forma que o tempo me negou o retorno ele também me impediu de ficar parado, prostrado sobre as dores que essa labuta de brincar de viver me trouxe e que hoje trago suas marcas expressas na face, no olhar e na alma. Eis, talvez, o meu tempo de reagir.
E, se o tempo pouco mais faz do que tirar o meu tempo ou prorrogá-lo, não vou saturá-lo com reclamações e indagações, nem mesmo clamar vingança pelas cicatrizes que hoje carrego, pois o tempo que fere também cura. Não irei chorar as perdas, pois o tempo que tira, também compensa. Não irei olhar para trás lamentando se posso gritar para frente anunciando a minha chegada, a minha vitória!
 
Eis declarado aqui, neste desfecho, neste breve momento, o proveito que fiz, faço e sempre farei do meu tempo. Este com quem bailo a dança da vida e brinco, vezes como seu parceiro e vezes como seu adversário, o jogo das possibilidades…
 
Michel Carvalho.

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Você é Feliz?

Imagem retirada do site Google.com.br

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Tristes os que morrem por amor, pois deixam de viver os demais prazeres que a estrada da vida lhes oferecem e felizes os que vivem e seguem amando. Amando o que possuem, amando o que pretendem possuir, amando até mesmo o que jamais chegarão a ter. Eis aí, a diferença sutil, porém de toda valia para uma vida, entre viver e morrer por amor.

Eu, em particular, já vivi e morri por amor e, hoje, digo de boca cheia e alma feliz que, se não há outra hipótese, viver por amor é umas das melhores formas de embebedar a alma de felicidade. No princípio de minha ignorância e no ápice de minha, hoje já perdida quase por completa, inocência vivi boa parte da minha caminhada pela estrada da vida morrendo de e por amor, deixando ficar pelo caminho os momentos que hoje já não enxergo pelo retrovisor enquanto me perdia pelo acostamento da tristeza. Foi assim que involuntariamente aprendi que não há veneno pior para a alma do que viver unicamente sobre o eixo dos próprios sentimentos não se permitindo percorrer novos trilhos, formar novas indagações ou, quem sabe, descobrir novos caminhos.
Hoje, de “step” trocado e com as mãos já sujas de graxa, aprendi a olhar a vida de novos ângulos, sob novos prismas… Visões que me possibilitou aprender com os próprios erros. Agora, mesmo sabendo que a vida é uma estrada que nem sempre lhe oferece a opção de retorno, descobri que os aclives e declives de seu percurso nada mais são do que oportunidades ímpares para quem as aproveitam sem questioná-las. Aí a explicação do porque a essência da vida está em vivê-la sem se preocupar em entendê-la, tampouco questioná-la, pois quem perde tempo procurando explicações para os inúmeros “por quês” sem resposta deixa de viver e, quem deixa de viver, já está morto por dentro.
Eu, um mero e louco aprendiz do dia-a-dia, passei a viver não somente a vida, mas as paisagens e vistas que sua estrada oferece… Deixei de morrer por um único e doloroso amor, para viver amando diversos e intensos amores.
 
É meus caros, tristes os que morrem por amor e felizes os que vivem e seguem amando!
 
Você é feliz?
 
Michel Carvalho
 

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Imagem retirada do Google.com

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Bom pessoal, primeiramente gostaria de me desculpar pela falta de atualização e manutenção do blog, mas as coisas andam corridas na faculdade e no serviço… Não que eu queira usar esses clichês como desculpas, mas á correria realmente tem sido um fato constante no meu dia-a-dia.

Mas, vamos ao que interessa! Hoje irei postar algo diferente, irei transpor aqui a letra de uma canção que eu escrevi (é, agora to atacando de compositor também rsrs), mas que ainda não foi lhe atribuída melodia nem ritmo, mas acredito que esse seja um problema que está prestes a ser solucionado… Pois o meu amigo Adilson, vulgo Dilso, que preenche nossas noites de sabádo com seu violão e suas músicas, irá trabalhar em cima dessa minha canção e quem sabe em breve vocês não ouçam minha letra nas rádios (tá bom eu exagerei ¬¬)!?

Ai vái a letra, a canção se chama:

 MADRUGADAS NA ESTRADA

Você não sonha a quanto tempo eu sonho com você
Não tem idéia do tormento que me é te ver
Fugindo pelas madrugadas com o pensamento distante
Um mero abandonado querendo ser seu amante
 
Mas em algum lugar há uma estrela a brilhar
Um lugar escondido
Um lugar ao luar
 
Faíscas de paixão tocam fogo em mim
Vejo queimando em brasa um amor sem fim
 
O que fazer se você não está aqui?
Aonde será que acaba essa longa estrada?
Será que fui fardado a morrer no silêncio da madrugada?
 
Mas agora eu aprendi que não preciso chorar
Que o amor é só um caminho a percorrer
E se cada estrela tem seu lugar
Não é na sua estrada que vou me perder
 
E em algum lugar há um amor a me esperar
Um lugar escondido
Um lugar pra te amar
 
Estrelas me mostram que esse não é o meu fim
Vejo um clarão no escuro, uma saída enfim
 
Voou viver e te ver partir…
Vou seguir minha própria estrada
E não serei mais um solitário nas madrugadas
 
Ah… eu vou viver
Ah… vou te esquecer
Amando pela a estrada
Cantando pelas madrugadas
 
Por: Michel Carvalho.

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